sábado, 18 de junho de 2011

NASCE UMA ESTRELA

Não há como fugir as emoções. Portanto, este “post” tratará de um tema que nas últimas semanas tem tomado corpo em busca de um cobiçado desejo: a terceira estrela. Santistas, como eu, nascidos naquela cidade abençoada e além de tudo onde nos arredores da Vila passei toda a minha infância me faz suscitar todo um conjunto de emoções que variam da tristeza por uma derrota a euforia pela vitória. Um filme vai passando pela minha cabeça...
Transmissão em preto e branco e a lambança criada pelo árbitro Armando Marques na decisão do Campeonato Paulista de 1973.
As partidas de futebol na Rua Tiradentes e seus paralelepípedos, tendo como platéia da sacada do alojamento das categorias juvenis um garoto chamado Juary.
O Torneio Manhãs Esportivas que reuniam dezenas de garotos todos os domingos e cuja decisão meu time (Brasil) foi para a final e perdemos nos pênaltis. Uruguai campeão. Que gosto amargo. Um segundo Maracanaço. Ou deveria chamar de Vilaço?
A abertura  do jornal A Tribuna, obviamente depois de meu pai ter lido, na seção de esportes para ver o programa de treinamentos do Santos (horário dos treinos técnicos, coletivos). Ver feras como o goleiro Cejas, o capitão Carlos Alberto, Edu e suas pernas tortas e... entre tantos, o REI.
O milésimo gol de Pelé em pleno Maracanã. Rosto colado na TV. Silêncio absoluto na sala.
Tive o privilégio de estar na Vila na despedida de Pelé. Estádio lotado. Mistura de aplausos e lágrimas. O reconhecimento de um homem que, com a bola nos pés, conquistou o mundo e a glória. Mas ficava a partir daquele instante, o que nos reserva o futuro? Lembro que tentaram de imediato encontrar um substituto. Como se fosse possível. Assim, vários jogadores envergaram a camisa 10 e não chegaram aos pés dele. Lembram do Miflin? Que horror!
Em 1978, ganhamos mais um Paulistão. Da janela de casa, recordo-me da passagem do ônibus Baleia trazendo nossos atletas. Bandeiras enfeitavam a nossa rua (Princesa Isabel) dando passagem aquele corso onde rojões saudavam o escrete campeão. Era a 1ª. Geração dos Meninos da Vila comandados pelo técnico Chico Formiga e tendo no ataque o trio Nilton Batata, Juary e João Paulo.
Tempo de vacas magras os próximos anos.
Quase chegamos em 1983 diante do Flamengo, mas a força da torcida rubo-negra e Zico, no primeiro minuto de jogo, nos nocautearam em pleno Maracanã.
A garfada que levamos em 1995 após o jogo antológico das semifinais contra o Fluminense.
Como era angustiante assistir aos jogos do Santos e ver nas arquibancadas aquelas faixas de ponta cabeça. Perguntava-me: até quando?
Estávamos mal acostumados, é verdade.
Até hoje fico remoendo aquele gol do Ricardinho (com ponto eletrônico) nas semifinais do Paulista. Não era possível !!!
O nosso imediatismo entretanto nos faz enxergar pouco. Mais precisamente em 2002, fomos derrubando todos os favoritos e com direito a pedalada soltamos o grito entalado na garganta: CAMPEÕES!!! E eu novamente estava lá.
Como também estive na final da Copa Libertadores de 2003 e presenciei o Morumbi tomado pela torcida santista.
Lembro que todo mês comprava um caixa de rojões. Virou item de cesta básica para nós, alvinegros. Coitada da vizinhança.
Ricardinho pagou parte de sua dívida no meu aniversário de 40 anos: 10 de julho de 2004. Tinha tanta convicção daquele gol. Sabia que aquele cara me devia um favor. Não deu outra: último minuto de jogo e bola na gaveta. Vitória de virada: 2 a 1 contra o São Paulo. Que pizza gostosa que comi aquela noite.
Agora chega de saudosismo.
SANTOS X PEÑAROL, DIA 22 DE JUNHO DE 2011.
Já estou programando a viagem. Vou, se o tempo permitir, estilo custom. Apreciando a paisagem sem pressa. Almoço e siesta no hotel. Final da tarde hora de tomar rumo ao estádio do Pacaembú e fazer valer a força da nossa torcida.
 PLACAR: 3X0. PODEM ENCOMENDAR A NOVA CAMISA OU SE PREFERIREM MANDAR BORDAR A TERCEIRA ESTRELA. SOMOS MAIS UMA VEZ, CAMPEÕES DAS AMÉRICAS.
 LA TERCERA ESTRELLA ES NUESTRA. Y QUÉ VENGA El BARCELONA .
NOSOTROS ESTAMOS LISTOS!!!